Está aberta temporada das baleias na costa baiana

Baleia Jubarte

As águas quentes do litoral baiano atraem baleias jubarte que nos meses de julho a novembro maravilham ecoturistas do mundo inteiro. E Itacaré é um dos principais locais de observação!

A Bahia é um estado privilegiado com calor o ano inteiro. Entre os milhares de turistas que visitam a Terra de Todos-os-Santos, alguns muito especiais se destacam por atracar nos meses de julho a novembro, atraídos pelas águas quentes e tranquilas da costa baiana. São as baleias jubarte (Megaptera novaeangliae), mamíferos de até 16 metros de comprimento e que chegam a pesar 40 toneladas.

Cosmopolitas, elas vêm das águas gélidas da Antártida e enfrentam uma viagem de três meses para chegar ao lugar que elegeram como o melhor ponto do Atlântico Sul Ocidental para passar a sua lua-de-mel. Em locais paradisíacos como Itacaré, Praia do Forte, Abrólhos e Morro de São Paulo, encontram o cenário ideal para a reprodução e para as primeiras aventuras de seus filhotes. O melhor de tudo: os ecoturistas podem assistir a tudo isso de camarote. É possível se aproximar delas – seguindo uma série de cuidados – e observar alguns de seus hábitos. Em setembro e outubro, meses de maior concentração de animais, é comum encontrar mães com seu filhote em águas rasas, relativamente perto da costa. Um verdadeiro espetáculo.

O Instituto e o turismo de observação de baleias

Há 17 anos, o Instituto Baleia Jubarte é responsável pela proteção da espécie no Brasil, em parceria com o Ibama. Para 2005, o Instituto, que é patrocinado pela Petrobras, enfrenta dois novos desafios – implantar o turismo de observação de baleias nas cidades de Salvador e Itacaré, e dar continuidade ao já bem-sucedido monitoramento desenvolvido na Praia do Forte (Litoral Norte), em Prado e Caravelas (sul). O aumento expressivo do número de baleias avistadas no litoral norte da Bahia permitiu ao IBJ, em parceria com empresas de turismo da região, introduzir o turismo de observação de baleias, também conhecido por whalewatching.

O turismo de observação é uma das atividades ecoturísticas que mais crescem no mundo, por permitir aos turistas o contato sustentável com os animais em seu habitat natural. Os pesquisadores do Instituto aproveitam os cruzeiros do turismo de observação de baleias para colher dados científicos, observar o comportamento das jubarte e sua interação com as embarcações.

“Atualmente o turismo de observação de baleias é a principal ferramenta dos ambientalistas para garantir o fim da caça às baleias. Além disso, representa um importante instrumento de conservação de diversas espécies de cetáceos, agregando o valor econômico dos animais diretamente à sua proteção e conscientizando a sociedade em geral”, afirma Sergio Cipolotti, biólogo do IBJ

Baleia Jubarte:

Também chamada de corcunda ou cantora é a baleia mais bem conhecida de todas as existentes. É conhecida por seu temperamento dócil e pelas acrobacias que realiza, saltando e exibindo a cauda, que é sua impressão digital. Mas, sobretudo, é famosa pelo desenvolvido sistema de vocalização: o seu canto melancólico, de construção musical sofisticada, é repetido pelo macho. Acredita-se que uma das funções prováveis desse canto seja atrair a fêmea para acasalamento. Costuma saltar no ar, por cima da água, deixando visível todo o seu corpo. Pode alcançar 16m de comprimento e o dorso é arqueado ou corcunda (daí seu nome). Classificação científica: família dos Balenopterídeos, sub-ordem dos Misticetos, ordem dos Cetáceos. É classificada com o nome científico de Megaptera novaeangliae. No Brasil a baleia jubarte integra a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção/Ibama.

Sua população vem se recuperando lentamente, protegida desde a proibição total da caça em águas brasileiras, através do Decreto-Lei nº 7.643, de 18 de dezembro de 1987.

Atenção às regras

A cada ano mais baleias chegam à costa brasileira e o aumento do turismo de avistagem pode perturbar seu ciclo reprodutivo. Para evitar problemas, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) baixou a portaria 117, em dezembro de 1996, estabelecendo normas para a observação em águas brasileiras. As principais recomendações são:

-Não aproximar as embarcações de qualquer espécie de baleia, com o motor engrenado. Os barcos devem ficar a 100 metros de distância do animal e desligar o motor se o animal se aproximar voluntariamente.

-Não seguir qualquer baleia por mais de 30 minutos, com o motor ligado, ainda que respeitadas as distâncias.

-Não interromper, tentar alterar ou dirigir o curso de deslocamento de cetáceos (baleias e golfinhos) de qualquer espécie. -Não dividir ou dispersar grupos nem produzir ruídos excessivos a menos de 300 metros do animal.

-Não despejar qualquer tipo de detrito.

-Evitar aproximação, caso outra embarcação esteja próxima do grupo ou indivíduo em observação.

-Não mergulhar ou nadar junto das baleias.


Mais um motivo para vir ao Interatividade e conhecer Itacaré!

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